quarta-feira, 14 de maio de 2014



MULHER – MÃE
Clara manhã! Oito de março de dois mil e dezesseis. Céu de infinito azul, decorado por enormes blocos de nuvens brancas como se fossem gigantescas bolas de sorvete de coco. Gotas d água minúsculas invisíveis, solidárias, oriundas do polo norte – quem sabe? Quase imperceptíveis aqui chegaram impulsionadas pelo vento. Agora roçam meu rosto delicadamente como se quisessem acariciá-lo. É brisa de março que vai descansar sobre pétalas de rosas vermelhas. Depois, sensíveis à luz do sol, suas gotículas se envolvem num fraterno abraço para se transformarem numa única gota dágua que vem repousar no solo para fertilizá-lo. Um cenário propicio a despertar minha imaginação e celebrar o dia internacional da mulher. Sim, mulher, antes de ser mãe.  A princípio, era somente rainha do lar. Ansiosa por direito de igualdade na tutela da prole, conseguiu a extinção do odioso “pátrio poder”. Mas ao ver reconhecido o direito de trabalhar fora do lar, impuseram-lhe dupla jornada de trabalho: na empresa e em casa.
Protagonista do sublime papel de mãe carregou-me no seu ventre durante nove meses. Transformou a dor do parto em alegria sem par; afagou-me no seu peito para que eu sugasse do seu próprio ser meu primeiro alimento; amparou-me nas quedas ao ensaiar meus os primeiros passos. Foi minha primeira professora; conduziu-me à Igreja para conhecer a Deus no convívio com irmãos de fé. Foram muitos e muitos anos de carinhosa dedicação.  Anos depois, quando eu - no gozo dos encantos da mocidade - você, mulher-mãe,  num gesto de desprendido amor, tão comum às mães, libertou-me para o mundo.
 (perwal – maio/2014)


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