MULHER – MÃE
Clara
manhã! Oito de março de dois mil e dezesseis. Céu de infinito azul, decorado por enormes
blocos de nuvens brancas como se fossem gigantescas bolas de sorvete de coco.
Gotas d água minúsculas invisíveis, solidárias, oriundas do polo norte – quem
sabe? Quase imperceptíveis aqui chegaram impulsionadas pelo vento. Agora
roçam meu rosto delicadamente como se quisessem acariciá-lo. É brisa de março
que vai descansar sobre pétalas de rosas vermelhas. Depois, sensíveis à luz do
sol, suas gotículas se envolvem num fraterno abraço para se transformarem numa
única gota dágua que vem repousar no solo para fertilizá-lo. Um cenário propicio a
despertar minha imaginação e celebrar o dia internacional da mulher. Sim, mulher, antes de ser
mãe. A princípio, era somente rainha do lar. Ansiosa por direito de igualdade na tutela da prole, conseguiu a extinção do
odioso “pátrio poder”. Mas ao ver reconhecido o direito de trabalhar fora do
lar, impuseram-lhe dupla jornada de trabalho: na empresa e em casa.
Protagonista
do sublime papel de mãe carregou-me no seu ventre durante nove meses. Transformou
a dor do parto em alegria sem par; afagou-me no seu peito para que eu sugasse
do seu próprio ser meu primeiro alimento; amparou-me nas quedas ao ensaiar meus os
primeiros passos. Foi minha primeira professora; conduziu-me à Igreja para
conhecer a Deus no convívio com irmãos de fé. Foram muitos e muitos anos de
carinhosa dedicação. Anos depois, quando
eu - no gozo dos encantos da mocidade - você, mulher-mãe, num gesto de desprendido amor, tão comum às
mães, libertou-me para o mundo.
(perwal – maio/2014)
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