SONHO MATINAL
Linda manhã de sol depois de uma semana de
céu nublado com chuva mansa. Destas que não só umedecem o solo, mas encharcam a
terra num gentil convite às plantas para fincar suas raizes, penetrar o coração da terra, enquanto crescem para depois produzirem flores e frutos. Abro a
janela do meu quarto. Uma brisa leve roça as folhas do manjericão na jardineira
e um suave perfume desperta meu olfato.
Meus olhos - como se fossem passageiros de um drone, ficam pasmados
sobre a copa das árvores da Praça Tubal Vilela. Minh`alma livre põe-se em
estado de contemplação. O busto de Juscelino Kubitschek, esculpido em concreto ao lado da fonte luminosa é um marco histórico admirável - lembrança das décadas 1950/1960. Nesse instante, o sino da Catedral, ansioso por
anunciar as horas, parece querer me despertar. Mas o tempo, esta energia misteriosa que me conduziu ao presente, agora não me induz a nenhum interesse. O tempo, ora, o tempo! Meus olhos querem mais; minha visão busca o
longe, agora está sobre o trevo da Cargil, na estrada da Martinésia. Dos prédios,
só diviso telhados; das árvores, somente as copas, que neste ponto se encontram
com o céu de infinito azul. É o
horizonte a cegar meus olhos, dando lugar a pensamentos vadios e errantes a surfarem sobre nuvens de sonhos em busca do além. (perwal
-31/jan/2016)
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