domingo, 31 de janeiro de 2016







SONHO MATINAL



Linda manhã de sol depois de uma semana de céu nublado com chuva mansa. Destas que não só umedecem o solo, mas encharcam a terra num gentil convite às plantas para fincar suas raizes, penetrar o coração da terra, enquanto  crescem para depois produzirem flores e frutos. Abro a janela do meu quarto. Uma brisa leve roça as folhas do manjericão na jardineira e um suave perfume desperta meu olfato.  Meus olhos - como se fossem passageiros de um drone,  ficam pasmados sobre a copa das árvores da Praça Tubal Vilela. Minh`alma livre põe-se em estado de contemplação. O busto de Juscelino Kubitschek, esculpido em concreto ao lado da fonte luminosa é  um marco histórico admirável - lembrança das décadas 1950/1960.  Nesse instante, o sino da Catedral, ansioso por anunciar as horas, parece querer me despertar. Mas o tempo,  esta energia misteriosa que me conduziu ao presente,  agora não me induz a nenhum interesse. O tempo, ora, o tempo!  Meus olhos querem mais; minha visão busca o longe, agora está sobre o trevo da Cargil, na estrada da Martinésia. Dos prédios, só diviso telhados; das árvores, somente as copas, que neste ponto se encontram com o céu de infinito azul.  É o horizonte a cegar meus olhos, dando lugar a pensamentos  vadios e errantes a surfarem sobre nuvens de sonhos em busca do além.  (perwal -31/jan/2016)        

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