sexta-feira, 8 de julho de 2016



  









 Depois de ler: LEITOR.  - Ivone Gomes de Assis no Correio de Uberlândia, Ed. 07/07/16 -

Atualmente, sem ter mais o que fazer, faço o que quero. Escrevo tudo aquilo que fica hibernado na parte oculta do meu cérebro e que, por descuido, vem à memória. Sinto necessidade de expulsar  historias que se criam no meu cérebro e d`alma, ânsias do meu viver. Hoje, mais do que antanho, gosto de escrever. Quanto ao leitor para quem escrevo, sou um indigente. Ninguém me lê! Um dia, quem sabe? Alguém perdido no deserto e sem querer, pode encontrar um texto meu no meio de pedras - sem nenhuma serventia - ou até mesmo, no lixão de cidade grande e, sem ter o fazer, vai  ler. 
Quanto à frase, evidenciada: Não me interessa se o leitor lê ou não lê; eu quero é que se foda”. O autor da malfadada, ao que parece, queria chamar a atenção. E conseguiu.  Chamou atenção para a frase chula e não para sua pessoa, objeto da pretensão.
 Padre Antonio Vieira, consagrado orador sacro, no púlpito, antes de iniciar o sermão, plateia distraída, teria bradado: “Maldito seja o pai; maldito seja o filho; maldito seja o espírito santo!”. Espanto! Toda atenção agora voltada para ele. Pausa. Reina o silêncio. “Em seguida, arrematou: “Estas são palavras ouvidas nas profundezas do inferno”.
 Podemos concluir que cada pessoa desperta atenção valendo-se de recursos que possui. Mas o chamar a atenção é apenas começo porque o verdadeiro objeto dela será sempre o conteúdo do texto, ou do livro. O objetivo, este sim, não se tenha dúvida, é o LEITOR. Estou na boa companhia de IVONE GOMES DE ASSIS, esta mulher admirável, referência em assunto que envolve literatura: protagonista, quando escreve; professora, quando ensina a interpretar; pesquisadora, quando sai em busca do melhor texto; e operária da literatura, quando reúne textos e os transforma em livros. Permita-me, para encerrar, transcrever a conclusão de seu texto: 
 Nesse universo “da poética” do livro, o verso mais completo, e a rima mais perfeita, e o poema mais tocante, bem como a pesquisa mais apurada, chama-se leitor.”
 Parabéns, Ivone Gomes de Assis!  (perwal)

terça-feira, 5 de julho de 2016

 

Rondon Pacheco morreu!
Uberlândia, orgulhosa e trepidante, amanheceu indiferente, neste dia 04 de julho de 2016. Agora, meio dia, suas avenidas e ruas estão superlotadas de veículos conduzidos por motoristas apressados, circulando em verdadeira azafama. A urbe, outrora cidade jardim, ainda não se deu conta de que seu filho mais ilustre nos deixou na madrugada silenciosa e fria.
 Rondon Pacheco, filho do avaliador judicial, Raulino Cotta Pacheco e da dona de casa, Nicolina dos Santos Pacheco, nasceu na bucólica Uberabinha, aos 31 de julho de 1919. Bacharel em Direito e advogado. Muito jovem iniciou vitoriosa carreira política. Discípulo de Milton Campos foi deputado estadual e federal, por várias legislaturas, pelo partido União Democrática Nacional (UDN).  Secretário de Estado em Minas Gerais e mais tarde, Ministro de Estado.
  Com seus colegas de partido, apoiou a revolução militar de 1964. Foi Ministro Chefe da Casa Civil no governo do general Artur da Costa e Silva. Percorreu o Brasil como coordenador da escolha de vinte e um candidatos a governadores de estados brasileiros, naquela época eleitos pela assembleia legislativa de cada Estado. Só não coordenou as escolhas dos candidatos a governador do Estado de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Nessa ocasião Rondon foi indicado pelo Presidente da República, candidato a governador, eleito pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
 Participou da comissão e ajudou redigir o famigerado Ato Institucional número cinco (AI-5). Homem ponderado, fiel a sua formação democrática e jurídica, foi voz discordante, um contraponto naquela comissão. Impediu que na redação do AI-5, constasse do texto o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Ainda assim, carregou por toda vida a antipatia de um grupo de pessoas, seus adversários políticos, pelo fato participado de governo ditatorial militar.
 Na qualidade de governador do Estado de Minas Gerais fez notável administração. Um dos maiores feitos de seu governo foi a instalação da montadora de automóveis Fiat em nosso Estado; fabrica de cigarros Souza Cruz, nesta cidade de Uberlândia.  Com uma plêiade de amigos, foi o protagonista da criação da Faculdade de Direito de Uberlândia e, mais tarde, da Universidade Federal (UFU), e também, responsável pela construção da BR 365. Sem sombra dúvida, Rondon Pacheco tornou-se o grande benfeitor de sua Terra Natal e da região do Triângulo Mineiro.
O velório de Rondon Pacheco foi realizado no Palácio dos Leões, imponente prédio da década de 1920 e antiga prefeitura do município de Uberlândia. O cortejo fúnebre e sepultamento foram realizados com discrição, assim como sempre viveu o homem e o cidadão honrado, Rondon Pacheco.  No cemitério São Pedro, recebeu homenagem do governo estadual, honras militares: marcha fúnebre e salva de tiros executados por esquadrão especial Policia Militar do Estado de Minas Gerias. Rondon Pacheco, seu nome ficará  gravado com letras de ouro  na história de Uberlândia, de Minas Gerais e do Brasil. (perwal)