Depois de ler: LEITOR. - Ivone Gomes de Assis no Correio de
Uberlândia, Ed. 07/07/16 -
Atualmente, sem ter mais o que
fazer, faço o que quero. Escrevo tudo aquilo que fica hibernado na parte oculta
do meu cérebro e que, por descuido, vem à memória. Sinto necessidade de
expulsar historias que se criam no meu cérebro e d`alma, ânsias do meu
viver. Hoje, mais do que antanho, gosto de escrever. Quanto ao leitor para quem
escrevo, sou um indigente. Ninguém me lê! Um dia, quem sabe? Alguém perdido no
deserto e sem querer, pode encontrar um texto meu no meio de pedras - sem
nenhuma serventia - ou até mesmo, no lixão de cidade grande e, sem ter o fazer,
vai ler.
Quanto à frase, evidenciada: “Não
me interessa se o leitor lê ou não lê; eu
quero é que se foda”.
O autor da malfadada, ao que parece, queria chamar a atenção. E conseguiu. Chamou atenção para a frase chula e não para
sua pessoa, objeto da pretensão.
Padre Antonio Vieira, consagrado orador sacro,
no púlpito, antes de iniciar o sermão, plateia distraída, teria bradado: “Maldito seja
o pai; maldito seja o filho; maldito seja o espírito santo!”. Espanto! Toda atenção agora voltada para ele. Pausa. Reina o silêncio. “Em seguida,
arrematou: “Estas são palavras ouvidas nas profundezas do inferno”.
Podemos concluir que cada pessoa desperta
atenção valendo-se de recursos que possui. Mas o chamar a atenção é apenas começo
porque o verdadeiro objeto dela será sempre o conteúdo do texto, ou do livro. O
objetivo, este sim, não se tenha dúvida, é o LEITOR. Estou na boa companhia de
IVONE GOMES DE ASSIS, esta mulher admirável, referência em assunto que envolve literatura:
protagonista, quando escreve; professora, quando ensina a interpretar; pesquisadora,
quando sai em busca do melhor texto; e operária da literatura, quando reúne textos
e os transforma em livros. Permita-me,
para encerrar, transcrever a conclusão de seu texto:
“Nesse universo “da poética” do livro, o
verso mais completo, e a rima mais perfeita, e o poema mais tocante, bem como a
pesquisa mais apurada, chama-se leitor.”
Parabéns,
Ivone Gomes de Assis! (perwal)
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