APOSENTADO MAS NÂO DESOCUPADO
Vida: na classificação gramatical, substantivo.
Energia imanente a todo ser humano. Uma chama, apenas. Viver, verbo: viva chama
em ebulição. O ser vivente sempre em movimento, percorrendo uma estrada em
busca de objetivos; de sonhos; do bem supremo, o ideal de todos - felicidade.
Mas, já foi dito, acertadamente: O homem, um ser gregário por excelência, não
consegue ser é feliz sozinho. Sua felicidade depende de seu semelhante. Na
convivência social, todos nós sabemos, há deveres e direitos, sendo que estes
últimos dependem do cumprimento dos primeiros. Viver é fácil. Conviver, nem
tanto!
Nesta busca, nem sempre trilhamos por caminhos
configurados por retas tranqüilas que se perdem no horizonte. Vezes outras,
deparamos com rotas sinuosas e ignóbeis, das quais somos compelidos a nos
afastar para assegurarmos sobrevivência com dignidade. Sim, afastados da
pobreza, porque esta não é virtude. Virtude é vencê-la com dignidade cristã. Em meio à batalha, para
não sucumbir, somos forçados a recuos táticos, nos contornos de uma estratégia
de vida. Não me foi possível, confesso, escapar dessas condições. Sonhei ser professor, mas a luta por
sobrevivência levou-me a ingressar
no Ministério Público e seguir carreira de Promotor de Justiça, por mais de
vinte anos. A missão de professor surgiu por natural consequência da árdua
carreira no Ministério Público.
Fui um professor medíocre, confesso.
Despreparado para tão sublime missão. Não criei conhecimentos, sempre transmiti
os adquiridos de mestres e doutores do Direito, em madrugadas sem fim. Muito aprendi com os acadêmicos,
meus companheiros em sala de aula. Noventa e nove por cento do meu viver,
cumpri deveres. Fiz o que devia nunca o que queria.
De algum tempo a esta data, estou a viver num pequeno mundo, mas numa
zona de conforto. Faço o que quero. “Numa boa”! Parte do meu tempo, trabalho aqui, nesta
página virtual de Face book, numa roda de amigos virtuais, onde se entra e sai a hora que bem entender, sem
protocolo rígido. A gente curte, comenta, emite opinião, tira retrato e posta
na página. Vê o que quer. Curte, se quiser. Tudo em plena liberdade. Escreve,
também, aproveitando ideias virtuosas ou pensamentos vadios na inesgotável fonte
de nosso cérebro. Tudo sem compromisso. Importante, o que eu escrevo, sem
organização, de improviso, o Face book encarrega-se de ordenar e classificar.
Fico por aqui. (29/10/2016) Abraços!
(perwal)