Rondon Pacheco morreu!
Uberlândia,
orgulhosa e trepidante, amanheceu indiferente, neste dia 04 de julho de 2016.
Agora, meio dia, suas avenidas e ruas estão superlotadas de veículos conduzidos
por motoristas apressados, circulando em verdadeira azafama. A urbe, outrora
cidade jardim, ainda não se deu conta de que seu filho mais ilustre nos deixou
na madrugada silenciosa e fria.
Rondon Pacheco, filho do avaliador judicial,
Raulino Cotta Pacheco e da dona de casa, Nicolina dos Santos Pacheco, nasceu na
bucólica Uberabinha, aos 31 de julho de 1919. Bacharel em Direito e advogado.
Muito jovem iniciou vitoriosa carreira política. Discípulo de Milton Campos foi
deputado estadual e federal, por várias legislaturas, pelo partido União
Democrática Nacional (UDN). Secretário
de Estado em Minas Gerais e mais tarde, Ministro de Estado.
Com seus colegas de partido, apoiou a revolução
militar de 1964. Foi Ministro Chefe da Casa Civil no governo do general Artur
da Costa e Silva. Percorreu o Brasil como coordenador da escolha de vinte e um
candidatos a governadores de estados brasileiros, naquela época eleitos pela assembleia
legislativa de cada Estado. Só não coordenou as escolhas dos candidatos a
governador do Estado de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Nessa ocasião
Rondon foi indicado pelo Presidente da República, candidato a governador,
eleito pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Participou da comissão e ajudou redigir o
famigerado Ato Institucional número cinco (AI-5). Homem ponderado, fiel a sua
formação democrática e jurídica, foi voz discordante, um contraponto naquela
comissão. Impediu que na redação do AI-5, constasse do texto o fechamento do
Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Ainda assim, carregou por toda
vida a antipatia de um grupo de pessoas, seus adversários políticos, pelo fato participado
de governo ditatorial militar.
Na qualidade de governador do Estado de Minas Gerais
fez notável administração. Um dos maiores feitos de seu governo foi a
instalação da montadora de automóveis Fiat em nosso Estado; fabrica de cigarros
Souza Cruz, nesta cidade de Uberlândia. Com uma plêiade de amigos, foi o protagonista
da criação da Faculdade de Direito de Uberlândia e, mais tarde, da Universidade
Federal (UFU), e também, responsável pela construção da BR 365. Sem sombra
dúvida, Rondon Pacheco tornou-se o grande benfeitor de sua Terra Natal e da
região do Triângulo Mineiro.
O velório de
Rondon Pacheco foi realizado no Palácio dos Leões, imponente prédio da década
de 1920 e antiga prefeitura do município de Uberlândia. O cortejo fúnebre e sepultamento
foram realizados com discrição, assim como sempre viveu o homem e o cidadão
honrado, Rondon Pacheco. No cemitério
São Pedro, recebeu homenagem do governo estadual, honras militares: marcha
fúnebre e salva de tiros executados por esquadrão especial Policia Militar do
Estado de Minas Gerias. Rondon Pacheco, seu nome ficará gravado com letras de ouro na história de Uberlândia, de Minas Gerais e
do Brasil. (perwal)