sábado, 30 de abril de 2016















Ao ler, “O poder do ser humano”, de Ivone Gomes de Assis, coluna Literato, Correio de Uberlândia. (Ed 28/04/2016), pude refletir sobre o texto:
Escolhas: nós vivemos das que fazemos! Escolher pessoas, coisas, livros. Livros há muitos, variados, num mundo sortido e misturado. A leitura é importante instrumento educacional: para a formação moral, erudita e cultural. Escolhas, aprendemos a fazê-las em casa, no seio familiar,  continuamos na Igreja e na escola. As boas escolhas - algumas - devemos transformá-las em hábitos, e estes, em costumes para serem transmitidos às gerações futuras.
 A coragem é uma virtude inerente ao ser humano; despertá-la depende das circunstâncias, ao contrário do pensamento de Guimarães Rosa: “Nesta vida é preciso ter coragem!” A coragem, penso, fica hibernada dentro de nós, para despertá-la basta um estalar de dedos. Sonhar, ter desejos, alcançar objetivos: ai, sim, depende de coragem despertada. Algo vigoroso, vivo!
 O poema de Janine Matias de Castro instiga reflexão: “/transformando desejos em realidade/.” Pois é, o desejo pode ser comparado a sonho, quando não configurar produto deste, é algo frágil e nebuloso. Desejos: para serem transformados em realidade, primeiro devemos transformá-los em vontade. Esta ultima, é desejo potencializado que nos leva à ação.
 Ivone Gomes de Assis sustenta: “A poesia não pode ser confundida com algo de valor menor, haja vista que seu alcance vai além do visível.” Realmente, ela penetra o escrínio do coração, vai muito além do recôndito da alma. Alguém, disse: “A música é a mais bela das artes, quem a ouve, tem o direito de pensar o que quiser”. A mesma sentença pode ser aplicada à poesia. Esta é um instrumento poderoso da “Sustentabilidade cultural literária”, e favorece de modo positivo: “O poder do ser humano”. Udi, 30/04/2016 (perwal

quinta-feira, 28 de abril de 2016

No julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que discutia se as cotas raciais nas universidades são constitucionais (" Estado de São Paulo - Ed 27/04/2012 - A24),
 o polêmico, inteligente e culto, Ministro Marco Aurélio, em determinado trecho de seu voto - suponho que se referindo à libertação dos escravos - disse: " A neutralidade estatal mostrou-se um grande fracasso."
O termo "neutralidade", no caso, soa como benevolência tendente a acoitar as classes dominantes do governo brasileiro, daquela época. No caso, perdoe-me, seria mais adequado empregar um dos termos:  "descaso" ou "omissão".
A libertação dos escravos sem que se proporcionasse aos negros, condições mínimas: à sua dignidade humana; ao seu desenvolvimento econômico e cultural, é típica de verdadeiro abandono material, que envergonha a nação brasileira.
A liberdade, em si, como se constatou, não foi suficiente. Liberdade é uma palavra bonita - condição inerente ao ser humano - mas, quando não se sabe o que fazer com ela, passa-se a ser escravo da própria liberdade. Então, os negros, livres dos grilhões da escravatura, mas desamparados pelo Estado, passaram a vagar pelas estradas e serem escravos de sua própria liberdade. Impõe-se, realmente, reparar o erro. Penso!
(perwal - 28/042012).
       

quinta-feira, 21 de abril de 2016



DOMINGO DE FAMA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS


 A sessão da Câmara dos Deputados do ultimo domingo (17/04/16), ainda se faz presente em nossa memória. O som das declarações de votos dos senhores deputados, para dizer sim ou não ao impedimento da presidente Dilma Rousseff, teima em repercutir nos nossos ouvidos: “por minha mãe e meu pai, sim!”; “Pela minha esposa e filhos, sim!”; “Pelo meu cachorro perdigueiro, meu voto sim!”; “Pela alma da minha sogra, meu voto é, não!”.
 Nunca, em tempo algum neste país, nós, pessoas do povo, até então, tínhamos tido oportunidade de assistir a uma sessão da Câmara dos Deputados. Muitos ficaram decepcionados, tachou o comportamento dos nobres deputados de vulgar e escandaloso. Eu achei tudo normal, vi naquela sessão memorável, o retrato de um Brasil sofrido, mas que teima em ser feliz.
 Há muito tempo, o Congresso Nacional abandonou o rito formal de tratamento em sessões daquela casa do povo: Vossa Excelência, Vossa Senhoria, “data vênia”, para impingir tratamento informal, como se estivessem numa reunião sindical ou de condomínio. Foi-se o tempo de Carlos Lacerda, Vieira de Melo, Afonso Arinos de Melo Franco e tantos outros, cujos discursos longos e ricos de conteúdo, sempre pronunciados em linguajar escorreito e elegante, a todos encantavam.
 Normal o comportamento dos deputados, principalmente os do “baixo clero”, ávidos por notoriedade. Numa Câmara com mais de 500 deputados, só os líderes de partidos, ou de bancadas, têm oportunidade de discursar. Então, os “bagrinhos” aproveitaram um domingo em que os canais de televisão estavam escancarados para todos, sem o “Faustão”, e tiveram seu tempo de notoriedade, um minuto de fama. (perwal)