DOMINGO DE FAMA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
A sessão da Câmara dos Deputados
do ultimo domingo (17/04/16), ainda se faz presente em nossa memória. O som das
declarações de votos dos senhores deputados, para dizer sim ou não ao
impedimento da presidente Dilma Rousseff, teima em repercutir nos nossos
ouvidos: “por minha mãe e meu pai, sim!”; “Pela minha esposa e filhos, sim!”; “Pelo
meu cachorro perdigueiro, meu voto sim!”; “Pela alma da minha sogra, meu
voto é, não!”.
Nunca, em tempo algum neste país, nós, pessoas
do povo, até então, tínhamos tido oportunidade de assistir a uma sessão da
Câmara dos Deputados. Muitos ficaram decepcionados, tachou o comportamento dos
nobres deputados de vulgar e escandaloso. Eu achei tudo normal, vi naquela
sessão memorável, o retrato de um Brasil sofrido, mas que teima em ser feliz.
Há muito tempo, o Congresso Nacional abandonou
o rito formal de tratamento em sessões daquela casa do povo: Vossa Excelência,
Vossa Senhoria, “data vênia”, para impingir tratamento informal, como se
estivessem numa reunião sindical ou de condomínio. Foi-se o tempo de Carlos
Lacerda, Vieira de Melo, Afonso Arinos de Melo Franco e tantos outros, cujos
discursos longos e ricos de conteúdo, sempre pronunciados em linguajar escorreito e elegante, a todos encantavam.
Normal o comportamento dos deputados,
principalmente os do “baixo clero”, ávidos por notoriedade. Numa Câmara com
mais de 500 deputados, só os líderes de partidos, ou de bancadas, têm
oportunidade de discursar. Então, os “bagrinhos” aproveitaram um domingo em que
os canais de televisão estavam escancarados para todos, sem o “Faustão”, e
tiveram seu tempo de notoriedade, um minuto de fama. (perwal)
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