quinta-feira, 21 de abril de 2016



DOMINGO DE FAMA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS


 A sessão da Câmara dos Deputados do ultimo domingo (17/04/16), ainda se faz presente em nossa memória. O som das declarações de votos dos senhores deputados, para dizer sim ou não ao impedimento da presidente Dilma Rousseff, teima em repercutir nos nossos ouvidos: “por minha mãe e meu pai, sim!”; “Pela minha esposa e filhos, sim!”; “Pelo meu cachorro perdigueiro, meu voto sim!”; “Pela alma da minha sogra, meu voto é, não!”.
 Nunca, em tempo algum neste país, nós, pessoas do povo, até então, tínhamos tido oportunidade de assistir a uma sessão da Câmara dos Deputados. Muitos ficaram decepcionados, tachou o comportamento dos nobres deputados de vulgar e escandaloso. Eu achei tudo normal, vi naquela sessão memorável, o retrato de um Brasil sofrido, mas que teima em ser feliz.
 Há muito tempo, o Congresso Nacional abandonou o rito formal de tratamento em sessões daquela casa do povo: Vossa Excelência, Vossa Senhoria, “data vênia”, para impingir tratamento informal, como se estivessem numa reunião sindical ou de condomínio. Foi-se o tempo de Carlos Lacerda, Vieira de Melo, Afonso Arinos de Melo Franco e tantos outros, cujos discursos longos e ricos de conteúdo, sempre pronunciados em linguajar escorreito e elegante, a todos encantavam.
 Normal o comportamento dos deputados, principalmente os do “baixo clero”, ávidos por notoriedade. Numa Câmara com mais de 500 deputados, só os líderes de partidos, ou de bancadas, têm oportunidade de discursar. Então, os “bagrinhos” aproveitaram um domingo em que os canais de televisão estavam escancarados para todos, sem o “Faustão”, e tiveram seu tempo de notoriedade, um minuto de fama. (perwal)     

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