Lideres de partidos políticos escolherem, ao
seu talante, candidatos a cargos eletivos e enfiá-los boca abaixo de seus
correligionários, antes submetê-los a processo de discussão e escolha nas
convenções partidárias, foi sempre usual em nosso país. Esta prática constitui
verdadeira aberração do processo democrático de escolha de candidatos. Os
atalhos de procedimento são danosos porque desvirtuam a escolha verdadeiramente
democrática. Quando o candidato não passa pelo crivo da discussão em convenção
partidária, sua escolha, nem sempre do agrado da minoria, torna-se ilegítima; ainda
que seja o candidato ideal.
O debate de idéias, princípios e programas de
partido, são próprios do regime democrático; principalmente quando se trata de
escolha de candidato a cargo eletivo. Quando um líder impõe a seus
correligionários um candidato, este fica submisso a quem o impôs. Exemplo
gritante, a imposição por Luiz Inácio Lula da Silva, do nome de Dilma Rousseff,
ao cargo de presidente da Republica, a seus correligionários do Partido dos
Trabalhadores. Dilma, tão submissa, que embarcava no jato da presidência da
republica para ir a São Paula pedir orientação a Lula.
Nos
casos de candidatos a senador é muito comum a imposição de nome da pessoa do
suplente. Este, via de regra, é quem arca com as despesas de eleição do
candidato a Senador da República. Caso de Itamar Franco e de tantos outros. O
Senado está repleto de suplentes de senador.
Outro
caso de erro clamoroso foi a da imposição por Aécio Neves, do nome de Pimenta
da Veiga, a candidato ao cargo de governador do Estado de Minas Gerias. O
candidato imposto, segundo noticiário, nem residia no Estado na época da
eleição. Um desastre! Prejuízos irreparáveis ao PSDB, ao próprio Aécio, e,
principalmente, ao Estado de Minas Gerais, com a eleição de Eduardo Pimentel,
envolvido em vergonhoso processo de corrupção.
Uberlândia não foge à regra. É comum líder de
partido tirar nome de candidato do bolso do colete e impor aos seus correligionários.
A discussão para escolhas é sempre virtuosa. No curso dos debates despontam,
inevitavelmente, novas lideranças.
Poder-se-ia alegar
que, nas escolhas resultantes de debates, há sempre mágoa ou constrangimento dos perdedores. Mas, neste caso,
a escolha do vencedor é legitimada pelo debate em convenção e as feridas
resultantes de derrota da minoria, saram com o tempo. O mesmo não acontece em
casos de candidato imposto.
No caso de Dilma
Rousseff - sem nenhuma habilidade no trato com pessoas; pouco afeita ao debate
político - sua administração acarretou enormes prejuízos ao país. Agora em
evidência e de difícil reparação.
Winston Churchill, grande estadista, afirmou:
“A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não existe outro melhor”.
Entretanto, a democracia – regime de representação política: “do povo, pelo povo
e para o povo”, é muito exigente. O seu processo de escolha e legitimação de candidatos a cargos eletivos requer debate
em convenção, não tolera atalhos com indicação de um único nome a candidato tirado do bolso do colete de pseudo líder
partidário.
(26/06/2016-perwal)