quarta-feira, 29 de junho de 2016



   Lideres de partidos políticos escolherem, ao seu talante, candidatos a cargos eletivos e enfiá-los boca abaixo de seus correligionários, antes submetê-los a processo de discussão e escolha nas convenções partidárias, foi sempre usual em nosso país. Esta prática constitui verdadeira aberração do processo democrático de escolha de candidatos. Os atalhos de procedimento são danosos porque desvirtuam a escolha verdadeiramente democrática. Quando o candidato não passa pelo crivo da discussão em convenção partidária, sua escolha, nem sempre do agrado da minoria, torna-se ilegítima; ainda que seja o candidato ideal.
 O debate de idéias, princípios e programas de partido, são próprios do regime democrático; principalmente quando se trata de escolha de candidato a cargo eletivo. Quando um líder impõe a seus correligionários um candidato, este fica submisso a quem o impôs. Exemplo gritante, a imposição por Luiz Inácio Lula da Silva, do nome de Dilma Rousseff, ao cargo de presidente da Republica, a seus correligionários do Partido dos Trabalhadores. Dilma, tão submissa, que embarcava no jato da presidência da republica para ir a São Paula pedir orientação a Lula.
  Nos casos de candidatos a senador é muito comum a imposição de nome da pessoa do suplente. Este, via de regra, é quem arca com as despesas de eleição do candidato a Senador da República. Caso de Itamar Franco e de tantos outros. O Senado está repleto de suplentes de senador.
  Outro caso de erro clamoroso foi a da imposição por Aécio Neves, do nome de Pimenta da Veiga, a candidato ao cargo de governador do Estado de Minas Gerias. O candidato imposto, segundo noticiário, nem residia no Estado na época da eleição. Um desastre! Prejuízos irreparáveis ao PSDB, ao próprio Aécio, e, principalmente, ao Estado de Minas Gerais, com a eleição de Eduardo Pimentel, envolvido em vergonhoso processo de corrupção.
 Uberlândia não foge à regra. É comum líder de partido tirar nome de candidato do bolso do colete e impor aos seus correligionários. A discussão para escolhas é sempre virtuosa. No curso dos debates despontam, inevitavelmente, novas lideranças.
Poder-se-ia alegar que, nas escolhas resultantes de debates, há sempre mágoa ou  constrangimento dos perdedores. Mas, neste caso, a escolha do vencedor é legitimada pelo debate em convenção e as feridas resultantes de derrota da minoria, saram com o tempo. O mesmo não acontece em casos de candidato imposto.   
No caso de Dilma Rousseff - sem nenhuma habilidade no trato com pessoas; pouco afeita ao debate político - sua administração acarretou enormes prejuízos ao país. Agora em evidência e de difícil reparação.
 Winston Churchill, grande estadista, afirmou: “A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não existe outro melhor”. Entretanto, a democracia – regime de representação política: “do povo, pelo povo e para o povo”, é muito exigente. O seu processo de escolha e legitimação  de candidatos a cargos eletivos requer debate em convenção, não tolera atalhos com indicação de um único nome a  candidato tirado do bolso do colete de pseudo líder partidário.
 (26/06/2016-perwal)

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