sábado, 1 de abril de 2017


 
A PRAÇA
Da sacada do meu apartamento posso avistar a praça que fica situada a uns quinhentos metros de distância. - Praça: área urbanizada para descanso e lazer ou, também: lugar público onde se estacionam carros de aluguel.  São estas, além de outras, as definições encontradas em dicionários.  A praça, geralmente, situada no centro de pequenas cidades é constituída de uma grande área em forma de circulo, sem cercas, por onde, em suas laterais, flui a circulação de pessoas e carros. É ponto de confluência de ruas e avenidas; áreas arborizadas, com bancos coletivos. Algumas com chafariz ao centro – fonte luminosa - por onde água colorida é esguichada para cima, atingindo as alturas.
 As praças, no mundo inteiro, são lembradas por fatos ali vividos e eternizados na história.  Alguém disse, a praça é o lugar do povo. Ela serve de palco para fatos alegres e tristes. Espaço onde as crianças ficam à vontade, brincando: correndo pra lá e pra cá, numa alegria contagiante; Lugar de retretas de bandas de música para alegria do povo; preferido por políticos para, no alto do coreto, proferir discursos inflamados, na tentativa de convencer os ouvintes e conseguir votos de eleitores. Mas, a praça é, também, o lugar preferido por ditadores realizar de execuções de suas e vítimas na presença do povo para servir de exemplo.
 A praça a que me refiro, perto da minha casa, é a Tubal Vilela, nesta poderosa e encantadora Uberlândia.  Já foi denominada de praça dos “Bambus”; da “República” “Benedito Valadares” e, agora, “Tubal Vilela”. Mudança de nomes, bem ao sabor das épocas e de seus políticos.
 Seus assentos de granito, antes em forma côncavo/convexo, nos moldes do corpo humano, para melhor conforto - abrigavam quatro pessoas - no maximo. Agora os bancos são em forma de grande prancha de cimento em concreto, dão lugar a idosos, ao abrigo de árvores frondosas, mas sentados em posição desconfortável. Ficam ali manhã inteira a exercitar a memória,  deixando fluir a inteligência em animado jogo de dama e, vez por outra, de xadrez. Alguns apreciam, apenas. Outros, sentados, sozinhos, com pernas cruzadas e mão sustentando o queixo, relembrando, talvez, sonhos frustrados e nunca realizados.
 Segundo alguns, a forma dos bancos foi idealizada e concretizada por engenheiro socialista. Daí, o fato de serem coletivos. A fonte luminosa ficava no centro da praça. Agora, na lateral da Avenida Floriano Peixoto. E suas cores, poucas! Já não nos encantam como aquelas de antigamente. Verdade, ou teria aqui, uma pitada de saudosismo?
 Muitos outros fatos, idos e vividos, poderiam ser lembrados neste espaço. Porém, não pretendo cansar aqueles que, inadvertida, e outros, num esforço estóico, conseguiram ler este texto. É o que temos para o almoço.
(perwal -01/04/2017)      

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