Da sacada do meu apartamento
posso avistar a praça que fica situada a uns quinhentos metros de distância. -
Praça: área urbanizada para descanso e lazer ou, também: lugar público onde se
estacionam carros de aluguel. São estas,
além de outras, as definições encontradas em dicionários. A praça, geralmente, situada no centro de
pequenas cidades é constituída de uma grande área em forma de circulo, sem
cercas, por onde, em suas laterais, flui a circulação de pessoas e carros. É
ponto de confluência de ruas e avenidas; áreas arborizadas, com bancos
coletivos. Algumas com chafariz ao centro – fonte luminosa - por onde água
colorida é esguichada para cima, atingindo as alturas.
As praças, no mundo inteiro, são lembradas por
fatos ali vividos e eternizados na história.
Alguém disse, a praça é o lugar do povo. Ela serve de palco para fatos
alegres e tristes. Espaço onde as crianças ficam à vontade, brincando: correndo
pra lá e pra cá, numa alegria contagiante; Lugar de retretas de bandas de
música para alegria do povo; preferido por políticos para, no alto do coreto,
proferir discursos inflamados, na tentativa de convencer os ouvintes e
conseguir votos de eleitores. Mas, a praça é, também, o lugar preferido por
ditadores realizar de execuções de suas e vítimas na presença do povo para
servir de exemplo.
A praça a que me refiro, perto da minha casa,
é a Tubal Vilela, nesta poderosa e encantadora Uberlândia. Já foi denominada de praça dos “Bambus”; da
“República” “Benedito Valadares” e, agora, “Tubal Vilela”. Mudança de nomes,
bem ao sabor das épocas e de seus políticos.
Seus assentos de granito, antes em forma côncavo/convexo,
nos moldes do corpo humano, para melhor conforto - abrigavam quatro pessoas -
no maximo. Agora os bancos são em forma de grande prancha de cimento em
concreto, dão lugar a idosos, ao abrigo de árvores frondosas, mas sentados em
posição desconfortável. Ficam ali manhã inteira a exercitar a memória, deixando fluir a inteligência em animado jogo
de dama e, vez por outra, de xadrez. Alguns apreciam, apenas. Outros, sentados,
sozinhos, com pernas cruzadas e mão sustentando o queixo, relembrando, talvez,
sonhos frustrados e nunca realizados.
Segundo alguns, a forma dos bancos foi
idealizada e concretizada por engenheiro socialista. Daí, o fato de serem
coletivos. A fonte luminosa ficava no centro da praça. Agora, na lateral da
Avenida Floriano Peixoto. E suas cores, poucas! Já não nos encantam como
aquelas de antigamente. Verdade, ou teria aqui, uma pitada de saudosismo?
Muitos outros fatos, idos e vividos, poderiam
ser lembrados neste espaço. Porém, não pretendo cansar aqueles que, inadvertida,
e outros, num esforço estóico, conseguiram ler este texto. É o que temos para o
almoço.
(perwal -01/04/2017)
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